A família de Felipe Moreira da Silva, de 27 anos, o frentista morto, no começo da manhã de domingo (28), por um cliente enquanto trabalhava, está indignada pela forma com que tudo aconteceu. Nesta segunda-feira (29), enquanto velava o marido, a esposa do rapaz desabafou dizendo que sentiu descaso pelo crime e ainda não recebeu sequer uma ligação de alguém do posto.
O crime aconteceu no interior do posto onde Felipe trabalhava, que fica entre as ruas Barão de Antonina e Trajano Reis, no São Francisco.
Conforme contou a delegada Aline Manzatto, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o frentista trabalhava normalmente quando surgiu o homem, que queria comprar combustível em um galão. Um tempo depois, cerca de 20 minutos, segundo a polícia, o homem voltou e entrou em vias de fato com esse frentista.
O homem foi embora. Todos acharam que a situação tinha se encerrado por aí. Mas cerca de uma hora depois, esse indivíduo voltou caminhando e efetuou dois disparos contra o frentista, que morreu na hora.
Suelen Colaço, a esposa de Felipe, disse que desde o momento do crime, só sentiu descaso. Até mesmo na comunicação para saber que o marido tinha sido assassinado.
“Gerente do posto ligou para falar que ele estava morto três horas depois, ele morreu era 5h50, me ligaram era 8h20. O celular dele sumiu, a gente foi no IML, não sabiam onde estava, aí no posto também não sabiam, a chave do carro também não sabiam, mas aí estava no posto. Por quê?”
“O gerente do posto coagia eles a defender o posto com unhas e dentes. Ele tinha que olhar a classe da pessoa para deixar usar o banheiro. Não podia estacionar o carro, se não fosse cliente do posto tinha que tocar do posto. Claro, ele não ficava no posto, quem ficava eram os frentistas, e daí?”.
“Para isso tinha que ter um folguista. Já sobre o crime, também não entendemos ainda. Eles não sabem explicar direito, uma hora falam uma coisa, outra hora falam de outro jeito. A gente não sabe”.
O velório de Felipe Moreira da Silva é feito no Cemitério Jardim da Paz, com sepultamento previsto para esta segunda-feira mesmo. Suelen desabafou também que ainda não recebeu nenhum contato da equipe do posto.
“Até agora não recebi uma mensagem nem do dono, nem do gerente, nem de colega de trabalho perguntando onde vai ser o velório. Quem perdeu fui eu, a mãe dele, para eles a vaga está livre para ser preenchida”.
Emocionada, a jovem disse que, sobre o marido, não tinha o que reclamar. Os dois tinham uma filha.
“Ele não merecia, morreu fazendo bondade. Era maravilhoso, a gente tem seus arranca-rabo com marido, mas tudo que ele podia fazer, ele fazia. Ele deixava de fazer por ele para fazer pela gente. Sempre foi assim”.
Investigação
Após o crime, o homem fugiu, mas para a polícia vai ser questão de horas pelo menos identificá-lo. Isso porque não só o posto, como também vários outros pontos da região têm câmeras de segurança, que vão poder ajudar nas investigações.
“Acredito que em pouco tempo a gente consiga chegar ao autor, é questão de acessar as câmeras”, comentou a delegada Aline Manzatto.
Informações que possam levar ao homem suspeito de ser o autor do assassinato podem ser passadas, ainda que de forma anônima, para a DHPP pelo 0800-643-1121.
Sindicato repudiou crime
Em nota, o Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e de
Lojas de Conveniências de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral (Sinpospetro) repudiou o crime.
“Basta de agressões e violências, queremos trabalhar em paz e levar o sustento das nossas famílias”, diz a nota.
Segundo a nota do sindicato, a DHPP já está com as imagens das câmeras do posto. O Sinpospetro exigiu que o autor seja preso o quanto antes.
“Apelamos, mais uma vez, para que as autoridades públicas e o setor econômico de revenda de combustíveis e de derivados de petróleo adotem medidas para proteger a vida da categoria frentista. Basta de agressões e de violência continuada. O sindicato exige a punição e vai lutar por todos os meios para a punição exemplar do criminoso”, conclui a nota.
FONTE : BANDA B
