
A entrada de metanol pelo Porto de Paranaguá, no litoral do Paraná, é considerada o ponto central de um esquema de fraudes em postos de combustíveis nas regiões Sul e Sudeste.
O produto, importado oficialmente para outros fins, chegava ao estado por meio de navios, mas era desviado por integrantes de uma organização criminosa liderada por membros da facção PCC (Primeiro Comando da Capital).
De acordo com as investigações da Polícia Federal, o metanol era utilizado na fabricação de gasolina adulterada, causando sérios prejuízos aos consumidores. Além disso, era transportado de forma clandestina, com documentação fraudulenta e em desacordo com as normas de segurança, colocando em risco motoristas, pedestres e o meio ambiente.
Em Curitiba, o grupo controlava 46 postos de combustíveis.
Com o objetivo de desestruturar o esquema, a Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal, cumpre desde as primeiras horas desta quinta-feira (28) mandados de busca e apreensão contra 350 alvos (pessoas físicas e jurídicas) em oito estados: São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Estão na mira diversos elos da cadeia de combustíveis controlada pelo crime organizado, desde a importação, produção e distribuição até a comercialização ao consumidor final, além dos mecanismos de ocultação e blindagem patrimonial, por meio de fintechs (FIN-TEQUIS) e fundos de investimento.
A PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) ingressou com ações cíveis na Justiça para bloquear mais de R$ 1 bilhão em bens dos envolvidos, incluindo imóveis e veículos, visando garantir o crédito tributário.