Boulos repete Lula com carta para tentar reduzir rejeição e decide dormir na casa de eleitores

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Atrás nas pesquisas de intenção de voto, o candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) replicou seu padrinho político, o presidente Lula (PT), e leu uma carta intitulada “Ao Povo de São Paulo” na esperança de reduzir sua rejeição.

Ele também fez acenos ao eleitorado de Pablo Marçal (PRTB) e anunciou que dormirá na casa de eleitores até o final da semana. Segundo pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira (17), o psolista tem 33% das intenções de voto no segundo turno, ante 51% de Ricardo Nunes (MDB).

Em um púlpito improvisado em frente à prefeitura, Boulos prometeu nesta segunda-feira que só voltará para casa no final de semana. “Vou rodar essa cidade, conversando com pessoas, dialogando. Dormir na casa dessas pessoas. Vou virar votos 24 horas por dia, porque acredito nessa vitória”, afirmou.

“Diferentemente de quem ocupa esse prédio [em referência ao edifício da sede da prefeitura], nós não estamos na política por causa de eleição. Estamos na política para que a cidade fique mais humana”, prosseguiu.

A carta remete uma estratégia adotada pelo presidente Lula (PT), que, em sua primeira campanha vitoriosa ao Palácio do Planalto, em 2002, buscou atrair eleitores moderados com a “Carta ao Povo Brasileiro”.

“Nosso governo será de diálogo e construção conjunta, sem amarras a qualquer tipo de sectarismo”, disse Boulos, na mesma linha, nesta segunda-feira.

O texto lido pelo candidato do PSOL foi direcionado, em boa parte, a trabalhadores autônomos e das periferias. O candidato citou, por exemplo, manicures, motoboys e motoristas por aplicativos. Boulos, porém, não explicou na carta as oportunidades que pretende oferecer, se for eleito.

Ele disse que a “periferia mudou” e reconheceu a dificuldade dos políticos de esquerda ao tentar se aproximar desse grupo, que ajudou a engrossar o eleitorado de Marçal.

“Você, mulher, que foi abrir seu salão, vender salgados na garagem de casa ou na porta do metrô, sabe disso. Você, jovem, que financiou uma moto e foi trabalhar sem parar e sem nenhuma proteção, sabe disso. Você que pega um carro e dirige a cidade toda como motorista de aplicativo sabe disso. Muitas vezes nós deixamos de falar com vocês”, escreveu Boulos.

“Eu quero aqui assumir um compromisso com cada um de vocês: a Prefeitura de São Paulo vai te oferecer oportunidades, não só aparecer pra cobrar boleto”.

Ele também citou o nome de sua vice, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT).

“Muitos ficam assustados com a minha trajetória no movimento social. Outros se questionam sobre se conseguiremos dar conta ou se vamos dialogar com quem tem visões diferentes. E, por isso, ficam receosos de apostar na mudança. Peço aqui um voto de confiança a você”, disse.

O candidato do PSOL também adotou frase do petista famosa naquele pleito: “a esperança pode sim vencer o medo”.

O psolista disse que irá dormir na casa de eleitores entre esta segunda-feira (21) e sexta-feira (25). A primeira hospedagem será na Brasilândia, na zona norte. De acordo com a agenda de campanha, ele passará à noite na casa da “Dona Maria Roseli, professora”.

Antes disso, terá uma série de compromissos de campanha ao longo do dia e, à noite, deve se encontrar com evangélicos.

Segundo o Datafolha, Nunes tem 57% das intenções de voto nesse segmento, ante 23% de Boulos. A margem de erro para esta fatia do eleitorado é de seis pontos percentuais.

Depois, o candidato do PSOL seguirá para região central e irá dormir no Grajau (zona sul) e em São Mateus (zona leste).

Segundo Boulos, o roteiro na sexta terminará na zona oeste, onde ele irá se preparar para o debate da Rede Globo.

Ele não detalhou como foi a escolha das pessoas que irão hospedá-lo. Disse apenas que esses moradores se voluntariaram através de lideranças do bairro.

“Essas pessoas que eu vou visitar foram pessoas que, quando a gente colocou a ideia, se voluntariaram para me receber nas suas casas, para conversar sobre sua vida, sobre seus problemas. Conversarmos com lideranças da região”, explicou.

Questionado pela imprensa a respeito da estratégia do adversário de dormir na casa das pessoas, Nunes ironizou: “Não consigo não rir”, disse em evento de campanha à tarde. O prefeito disse que seguirá fazendo campanha “de uma forma bem séria, sem nenhum marketing político, trabalhando, conversando, com muita humildade”.

Boulos chegou até o local de van e com uma mala, com a promessa de voltar para casa só depois do debate da Globo. Durante a sua fala, funcionários da prefeitura foram até a janela acompanhar o discurso do psolista.

Durante a tarde desta segunda, o psolista realizou uma nova edição do debate público -o primeiro evento neste molde ocorreu no centro de São Paulo, na última sexta-feira (18).

Desta vez, o evento aconteceu no bairro do Cachoeirinha, na zona norte da capital paulista, onde foram instalados três púlpitos: um para Guilherme Boulos, outro para população e um terceiro para Nunes -o deputado federal tem chamado prefeito de fujão e covarde pela ausência em três debates no segundo turno.

Diferente do primeiro embate, que contou apenas com apoiadores, desta vez o candidato foi questionado por uma plateia mais plural.

Em um determinado momento, um homem disse que o psolista ainda não tinha seu voto e pediu que Boulos nunca repita frases como as da sua vice Marta Suplicy, que disse “relaxa e goza” para a população afetada por uma crise aérea, em 2007. Na época, Marta era ministra do Turismo e pediu desculpas pelo episódio.

Boulos contornou o confronto e disse que, na vida, todos têm “seus acertos e erros”. “Acho que Marta se caracteriza mais pelos acertos que pelos erros. Não foi uma frase feliz e ela mesmo já pediu desculpas. Não vamos cometer esses erros e tenho o maior respeito pelo povo”, disse o candidato.

Leia a carta na íntegra:

“Venho aqui, de coração aberto, para falar com vocês. Eu nasci, cresci e formei minha família na nossa cidade. Tive a oportunidade de viver os dois lados da ponte. O que sempre me moveu, desde menino, quando fui atuar junto com as pessoas sem-teto, foi o sentimento de indignação com as injustiças e a convicção de que é possível vivermos numa sociedade melhor. Como pode uma cidade tão rica ter gente com fome? Como pode ter tanta gente nas ruas? Como pode termos bairros com a qualidade de vida da Suécia e outros, com a dos países mais pobres do mundo? Essas inquietações são minhas, dos que caminham ao meu lado e, tenho certeza, também são suas.

Ter uma cidade mais humana, em que a solidariedade não seja destruída pela indiferença, é o que eu acredito e quero fazer. Sei que muitos de vocês compartilham desse sonho, mas têm dúvidas e receios. Muitos ficam assustados com a minha trajetória no movimento social. Outros se questionam sobre se conseguiremos dar conta ou se vamos dialogar com quem tem visões diferentes. E, por isso, ficam receosos de apostar na mudança que representamos, mesmo sabendo que a cidade não está boa. Peço aqui um voto de confiança a vocês. Eu me preparei para governar nossa cidade: estudei cada área, cada contrato e cada solução. Chamei a Marta, com sua experiência administrativa, para ser minha vice e juntamos especialistas e gestores que passaram por governos de diferentes partidos. Nosso governo será de diálogo e construção conjunta, sem amarras a qualquer tipo de sectarismo.

Reconheço também que, pelo nosso propósito de olhar sempre para os invisíveis, muitas vezes nós da esquerda deixamos de falar com tanta gente que também batalha, sofre o dia-a-dia das periferias e que buscou encontrar sua própria forma de ganhar a vida. A periferia mudou. Você, mulher, que foi abrir seu salão, vender salgados na garagem de casa ou na porta do metrô, sabe disso. Você, jovem, que financiou uma moto e foi trabalhar sem parar e sem nenhuma proteção, sabe disso. Você que pega um carro e dirige a cidade toda como motorista de aplicativo sabe disso. Muitas vezes nós deixamos de falar com vocês.

Eu quero aqui assumir um compromisso com cada um de vocês: a Prefeitura de São Paulo vai reconhecer o seu esforço e te oferecer oportunidades, não só aparecer pra cobrar boleto. Isso não é apenas uma promessa de campanha. É um compromisso de futuro.

Sei que boa parte de vocês está descrente da política, perdeu a esperança por achar que são todos iguais. E quando a gente vê quem aparece só de quatro em quatro anos, repetindo o que o marqueteiro falou, eu te entendo. É difícil diferenciar quem está de verdade do seu lado dos que querem te enganar. O compromisso que eu assumo com vocês não é apenas de fazer melhor, é de fazer diferente. Eu vou fazer meu Gabinete na Rua, indo todos os dias escutar você no seu bairro e construir junto as soluções. Vou fazer valer a participação como forma de governo, porque acredito que uma política feita desse jeito, sem portas fechadas, pode renovar a esperança de muita gente. Por isso, faço aqui um pedido a vocês: não desistam da mudança. Desistir dela é desistir do futuro, de deixar um legado da nossa geração para as que virão.

Nesta eleição, São Paulo tem um risco e uma oportunidade.

O risco é deixar um prefeito fraco e omisso levar nossa cidade ao caos. Quando o governo é fraco, os verdadeiros vilões tomam conta. Foi assim que o pior da nossa política se apoderou do orçamento de São Paulo, do nosso dinheiro, com esquemas que todos nós estamos vendo na imprensa. Foi assim que o crime organizado se infiltrou no transporte público e em cargos de alto escalão da Prefeitura. Já vimos esse filme em outras cidades do país. E não acaba bem.

Mas esse não é o único caminho. Nós podemos, com coragem e responsabilidade, afastar esse risco de São Paulo e aproveitar a oportunidade de termos o maior orçamento da nossa história para enfrentar as desigualdades que vêm de longe. Para olhar as grandes metrópoles do mundo e tirar as melhores soluções em inovação, eficiência e sustentabilidade. Para termos, pela primeira vez, uma política que entenda e apoie a periferia que quer empreender. Um governo que vai levar a escuta e a participação da sociedade ao limite.

Eu jamais desistirei desse caminho. Fomos tão atacados nesta eleição exatamente por manter a coerência e os princípios que nos trouxeram até aqui. E acredito que é possível ganhar essa eleição dialogando olho no olho com as pessoas. Defendendo que os sem-teto tenham casa, que os invisíveis tenham voz, que todos os trabalhadores tenham oportunidades. Que as periferias sejam tratadas com respeito e não com preconceito e violência. É isso que nos move. E peço a todos que se movem por esses mesmos valores que saiam às ruas para virar votos nessa reta final. A verdade pode, sim, vencer a mentira. A esperança pode, sim, vencer o medo.

Pensem e reflitam com suas famílias. A hora é agora. Por tudo isso, peço o seu voto no próximo domingo no 50!

Guilherme Boulos

Candidato a prefeito de São Paulo”

Presidente do PMB foi preso com carro roubado dois dias após lançar pré-candidatura de Cristina

O PLURAL

Dois dias depois de lançarem a pré-candidatura de Cristina Graeml à prefeitura de Curitiba, em 25 de janeiro deste ano, dirigentes estaduais do PMB foram flagrados com um carro roubado em uma fiscalização na BR-277 em Santa Terezinha do Itaipu, no Oeste do estado. Fabiano dos Santos, presidente estadual da legenda na época, foi preso em flagrante. Geonisio César Marinho, secretário-estadual do PMB no Paraná, e o filho de Santos também estavam no veículo, mas foram liberados.

Segundo o boletim de ocorrência registrado na 11ª Central Regional de Flagrantes, o Mitsubishi modelo L200 Triton com placas de Criciúma (SC) foi abordado por um policial rodoviário federal às 20h50 do dia 27 de janeiro, no quilômetro 714 da BR-277. O condutor era Fabiano dos Santos.

Ao inspecionar o veículo, o policial teria constatado adulteração dos números do VIS (Vehicle Indicator Section) nos vidros e no chassi. A equipe da PRF descobriu que a placa original é de São Bernardo do Campo (SP) e que um boletim de ocorrência informando o furto foi registrado em 5 de outubro de 2022 em Joinville (SC). Fabiano dos Santos foi preso em flagrante com base nos artigos 311 (adulteração de sinais de veículo automotor) e 180 do Código Penal (receptação). O alvará de soltura foi expedido no dia seguinte, após o pagamento de fiança no valor de R$ 5 mil.

Mitsubishi modelo L200 Triton foi roubado em Joinville (Reprodução/PCPR)

Em seu depoimento, Santos disse que pagou R$ 46 mil em maio de 2023, após ver um anúncio no Facebook. Ele pagaria mais R$ 20 mil entre oito ou doze meses após a concretização do negócio. “Foi feito por WhatsApp e tenho toda a negociação. Essa pessoa foi até o meu escritório”, disse ele ao delegado Magno Roberto Miranda. Questionado sobre o valor da negociação, inferior ao da tabela FIPE (cerca de R$ 80 mil para o modelo na época), ele disse que o vendedor passava por dificuldades financeiras e que sua mulher estava grávida. Depois disso, eles teriam perdido o contato. “Eu não consegui falar mais com ele”.

O inquérito levantou os antecedentes do homem apontado como vendedor por Fabiano dos Santos. Ele tem 24 anos, mora em Itaperuçu, na Região Metropolitana de Curitiba, e foi condenado por receptação e adulteração de veículos em 2022. A reportagem não conseguiu contato com o delegado Magno Roberto Miranda, de Santa Terezinha de Itaipu, que conduz o inquérito contra dirigente do PMB.

O que diz Fabiano dos Santos

Fabiano dos Santos disse ao Plural que comprou o veículo de boa fé, em 2023, e que seguia para Foz do Iguaçu para o lançamento da candidatura a prefeito pelo PMB na cidade. “Nós fomos parados pela PRF, que procurava drogas e armas em uma operação. Vasculharam o carro inteiro e não acharam nada, mas constataram que havia uma adulteração no chassi. Como eu já tinha viajado várias vezes com esse carro, inclusive eu passo quase todo dia em frente a um posto da PRF e nunca tive problema, nem desconfiávamos. O carro foi parado e apreendido e eu tiver que ficar lá, fiquei uma noite lá”.

Santos passou os dados do vendedor para a Polícia Civil e disse desconfiar que foi vítima de um golpe. “Passei tudo com boa fé, com reconhecimento de firma, com tudo. É um golpe que está comum, porque os bandidos se especializam cada vez mais no que diz respeito a burlar algumas coisas”, afirmou. 

“Foi feito um boletim de ocorrência, foi identificada a pessoa (o vendedor) com endereço e documentação. Tenho cópia de tudo, agora a polícia e o Judiciário têm que fazer a parte deles, ir em cima de quem de fato me vendeu, que não sei também se tem alguma participação no roubo desse veículo”.

Fabiano dos Santos, presidente do PMB no Paraná quando a candidatura de Cristina Graeml foi lançada

Lançamento da pré-candidatura

A pré-candidatura de Cristina Graeml foi oficializada no dia 25 de janeiro, dois dias antes da ocorrência no Oeste do estado, em uma reunião extraordinária da comissão executiva estadual do PMB. Em foto publicada no Instagram no dia seguinte, aparecem Eduardo Pedrozo (atualmente coordenador da campanha), Cristina Graeml, Fabiano dos Santos e Geonísio Marinho. Marinho foi diretor do Departamento de Serviços Especiais da prefeitura (Departamento Funerário) na gestão do ex-prefeito Cassio Taniguchi e concorreu ao governo do Paraná em 2014 e em 2018 pelo PRTB.

Publicação do PMB em 26 de janeiro: Eduardo Pedrozo (coordenador da campanha), Cristina, Fabiano dos Santos e Geonisio Marinho (Reprodução/Instagram)
Intervenção e expulsão
Santos e Marinho não estão na direção estadual do partido atualmente, pois o comando nacional do PMB interveio no diretório do Paraná depois que a candidatura de Graeml foi lançada, no dia 5 de agosto (apesar de seus nomes ainda aparecerem no site da legenda). Após a intervenção, o presidente municipal do PMB, Luiz Tadeu Seidel Bernardina, recorreu e obteve no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma liminar que garantiu a candidatura de Cristina. O mérito ainda não foi julgado pelo TSE.

Em nota, a presidente nacional do PMB, Suêd Haidar Nogueira, informou que Fabiano dos Santos foi expulso do partido no dia 24 de setembro. “O Sr. Fabiano não possui mais vínculo com o partido, não podendo se apresentar como presidente do PMB no Paraná ou como afiliado, sob pena de incorrer em falsidade ideológica”, diz a nota. Segundo a denúncia enviada à direção nacional, Santos teria publicado um vídeo em que acusava o partido de extorquir filiados para beneficiar a presidente.

Na prestação parcial de contas enviada pela candidatura de Cristina à Justiça Eleitoral, Fabiano dos Santos é qualificado como contabilista da campanha. Ele publica materiais da candidata em seus perfis nas redes sociais.

Perfil de Fabiano dos Santos no Instagram (Reprodução/Instagram)
Direita raiz

“Nosso grupo político no Paraná é de Direita”, define o PMB do Paraná em seu site, sugerindo diferenças com a direção nacional, que foi contrária à candidatura de Cristina Graeml. No Instagram, o partido diz que “não idolatra” o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas que “está com ele” por não concordar com corrupção, legalização do aborto, regulação da mídia, legalização das drogas, “ideologia de gênero”, “doutrinação nas escolas” e comunismo. Até 2021, o diretório estadual do PMB publicava homenagens ao prefeito de Curitiba, Rafael Greca, e ao adversário de Cristina no segundo turno, o vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD).

PMB convidou Fernanda Richa para ser vice de Cristina Graeml

Blog Politicamente 

Foto: Cristina Graeml/Redes Sociais e Fernanda Richa/Rogério Machado/Arquivo Governo do Paraná

Se hoje Cristina Graeml desfere críticas a Beto Richa, no mês de junho, ainda na pré-campanha eleitoral, a equipe da candidata do PMB procurou o ex-governador e propôs uma aliança com o PSDB. E mais, chegou a convidar Fernanda Richa, esposa de Beto, para ser vice de Cristina Graeml neste pleito.

Os contatos com Beto Richa foram feitos pelo Whatsapp por Eduardo Pedrozo, coordenador geral da campanha da jornalista, e por Fabiano dos Santos, que, até 10 de setembro deste ano, era o presidente estadual do PMB — politicando. O Blog Politicamente teve acesso ao diálogo.

“Boa tarde, Beto. Fabiano dos Santos aqui. Presidente estadual do PMB-35. Tem interesse em uma conversa por possível composição entre PMB e PSDB?”

“Boa tarde, Beto. Fabiano dos Santos aqui. Presidente estadual do PMB-35. Tem interesse em uma conversa por possível composição entre PMB e PSDB?”

“Boa noite, deputado. Tudo bem? Eduardo Pedrozo aqui. Trabalho com a Cristina Graeml. Poderíamos conversar pessoalmente?”

Beto Richa topou conversar com representantes de Cristina Graeml. Na época, o tucano era tido como possível candidato à prefeitura de Curitiba e, algumas pesquisas eleitorais, o colocavam como competitivo no pleito. E foi dentro deste cenário que o ex-governador aceitou o encontro, pensando que o PMB se alinharia aos planos do PSDB. A reunião se deu no dia 8 de julho, uma segunda-feira, às 11h, na sede do PSDB, na Rua Mauá, em Curitiba. Apenas Fabiano dos Santos compareceu.

Beto Richa foi surpreendido por Fabiano dos Santos ao convidar Fernanda Richa para ser a vice de Cristina Graeml. O ex-governador agradeceu, mas disse que a esposa não estaria disposta a disputar a eleição de 2024. E as conversas se encerraram.

Três meses depois, durante o debate da Ric Record, Cristina Graeml disparou: “O candidato [Eduardo] teve dentro do governo Beto Richa e não viu toda aquela corrupção. Beto Richa foi o padrinho inicial dele”.

Coordenador político de Cristina Graeml foi processado por enriquecimento ilícito

Bem Paraná

Eduardo Pedrozo, que atua como um dos coordenadores políticos de Cristina Graeml, e aparece em fotos com a candidata, é mais um membro da cúpula da campanha dela envolvido em pendências com a Justiça.

Eduardo Pedrozo com Cristina Graeml (Divulgação)

Ele foi processado por enriquecimento ilícito por não ter pago um prestador de serviços contratado por ele, deixando uma dívida de mais de R$ 34 mil, em um processo que acabou gerando uma condenação por serviços não prestados.

Pedrozo foi processado no Juizado Especial Cível (JEC) de Curitiba por ter contratado um prestador de serviços responsável pela criação de projeto e layout para decoração de Natal em um shopping da Capital em 2015. O serviço que foi executado envolvia criação de roteiro de show, musical, roteiros para comercial de televisão, produção de imagens e peças publicitárias do shopping.

Em outubro de 2017, a justiça determinou o pagamento de R$ 12.588,00 pelos prejuízos causados por Pedrozo ao reclamante. “Assim, diante da falha na prestação de serviços, aplico ao caso em tela o mencionado dispositivo contratual e a multa nele prevista, uma vez caracterizada a infração contratual consubstanciada nos defeitos da decoração (parte da execução do contrato que incumbia ao reclamante), e por isto defiro a parte autora a indenização por danos materiais no importe de R$ 12.588,00”, afirmou a juíza do processo. Depois disso a decisão foi homologada pelo 2º Juizado Especial Cível de Curitiba.

Eduardo Pedrozo chegou a recorrer da decisão com embargos declaratórios, mas a Justiça manteve a decisão original e a obrigação de pagamento.

As partes acordaram, então, que o pagamento seria em quatro parcelas no valor de R$ 500,00 e mais 14 parcelas no valor de R$ 1.000,00, com juros e correção. Apesar de ter se comprometido a pagar o autor do processo, ele nunca efetuou todas as transferências, o que ensejou até mesmo buscas de bens passíveis de penhora em registros de imóveis.

O advogado do autor tentou restituir o dinheiro devido pelo coordenador político de Cristina sem que ele fizesse qualquer tentativa de regularizar a situação, mesmo tendo trabalhado durante este período como chefe de gabinete de um vereador na Câmara Municipal de Curitiba, com salário acima de R$ 14 mil mensais. O processo segue sem solução.

Contas reprovadas após campanha frustrada a deputado estadual
Outro problema de Eduardo Pedrozo ocorreu após a sua campanha frustrada a deputado estadual pelo Paraná em 2022, quando obteve apenas 1.479 votos. Em acórdão expedido em outubro de 2023, o relator, desembargador Fernando Wolff Bodziak, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), emitiu parecer técnico pela reprovação das contas por diversos motivos.

Entre os problemas apresentados na prestação de contas do coordenador de Cristina estavam atrasos na entrega dos relatórios financeiros da campanha, divergências entre receitas e gastos, utilização irregular de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), ausência de comprovantes de recolhimento ao Tesouro Nacional e despesas realizadas antes da abertura de conta bancária, além de outros apontamentos.

“O candidato obteve 1.479 votos válidos e para realizar sua campanha contratou despesas no total de R$ 105.702,27, conforme informações lançadas no sistema SPCE. Todavia, a arrecadação totalizou R$ 50.060,00”, diz um trecho do relatório em que o desembargador expõe parte das inconsistências da prestação de contas de Pedrozo.

O relatório é concluído com a desaprovação das contas. “Em vista da gravidade das irregularidades e seu elevado percentual, as contas devem ser desaprovadas, nos termos do art. 74, III da Resolução TSE nº 23.607/2019”.

Após a análise do relatório, os outros cinco desembargadores responsáveis pelo julgamento seguiram o voto do relator e decidiram por unanimidade pela desaprovação das contas de Eduardo Pedrozo.

Governo do Paraná propõe isenção de IPVA para motos de até 170 cc

massa news

O IPVA de motos de até 170 cilindradas pode ser isento a partir de janeiro de 2025 no Paraná, caso um projeto de lei do Poder Executivo seja aprovado pelos deputados estaduais.

A proposta foi encaminhada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior à Assembleia Legislativa, e beneficiará mais de 732 mil veículos, representando 77% da frota tributável de motocicletas no Estado.

Isenção do IPVA para motos: entenda quem será beneficiado
Atualmente, a isenção do IPVA se aplica apenas a motos com menos de 125 cilindradas e mais de 10 anos de fabricação.

Com a nova proposta, motocicletas de até 170 cilindradas estarão livres do imposto, independentemente do ano de fabricação.

Segundo o governo, a medida deve aliviar o bolso dos proprietários, que hoje pagam uma média de R$ 474 de imposto.

Impacto na economia e nos motoboys
De acordo com o governador Ratinho Junior, a isenção vai ajudar diretamente trabalhadores como motoboys e entregadores, profissionais essenciais para o crescimento da economia do Paraná. “Esse recurso poderá ser usado em despesas do dia a dia, como o financiamento ou consórcio da moto”, explicou o governador.

O secretário da Fazenda, Norberto Ortigara, também destacou o impacto econômico positivo dessa decisão, reforçando que as famílias poderão utilizar o valor poupado para outros gastos, movimentando a economia local.

Cristina falta à sabatina da Rádio T e apresentador entrevista cadeira.

BANDA B

A candidata a prefeita de Curitiba Cristina Graeml (PMB) não compareceu a uma entrevista marcada nesta sexta-feira (18) na Rádio T. Segundo a emissora, a candidata desmarcou ontem, quinta-feira (17), às 21h18, a sabatina que seria realizada hoje, às 8h.

O apresentador João Barbiero, então, teve que improvisar. O profissional, que tinha vindo de Ponta Grossa para realizar a sabatina, acabou fazendo as perguntas para uma cadeira onde Cristina deveria ter sentado.

A emissora informou que a entrevista estava agendada desde a semana passada e teria 30 minutos. A assessoria da candidata justificou a falta dela pela preocupação com a saúde vocal de Cristina e agenda sobrecarregada.

Ausência também na Banda B
A candidata Cristina Graeml também cancelou a entrevista marcada para a próxima segunda-feira (21) que faria na Rádio e Portal Banda B. A alegação da assessoria foi a que a candidata só daria entrevista para “grandes grupos empresariais”. Essa foi a segunda vez que a candidata cancelou entrevista na Rádio e Portal Banda B, que tem aberto mesmo espaço para os candidatos.

Cristina Graeml entra com ação para impedir divulgação da pesquisa Quaest

Blog Politicamente,

A campanha da candidata Cristina Graeml (PMB) entrou nesta quinta-feira (17), pouco depois de 15h, com uma ação para impedir a divulgação da pesquisa Quaest, contratada pela RPC, prevista para ser publicada no próximo sábado (19). O Blog Politicamente teve acesso ao pedido — que foi endereçado ao juízo da 177º Zona Eleitoral de Curitiba que deve se manifestar nas próximas horas. Os entrevistadores estão nas ruas de Curitiba desde quarta-feira (16) e a coleta de opinião dos eleitores vai até esta sexta-feira (18).

Na ação, a advogada Tainara Prado Laber sustenta que o instituto de pesquisa “deixou de observar a obrigação de indicar com clareza a fonte pública dos dados utilizados no plano amostral” se limitando a informar: “Fonte dos dados: TSE-Tribunal Superior Eleitoral – julho/2024; IBGE – Censo 2022; IBGE – PNADc 2023; IBGE – PNADc trimestral 2-2024”. Desta forma, a campanha da candidata do PMB pontua que a pesquisa da Quaest não atende aos requisitos da legislação eleitoral, razão pela qual requer “o indeferimento de seu registro e a suspensão de sua divulgação”.

A advogada de Cristina Graeml ainda pede que, caso a ação seja julgada procedente, seja aplicada multa no valor de R$ 200 mil em caso de desobediência.

No sábado estão previstas ainda a divulgação de outras duas pesquisas com o cenário da corrida eleitoral pela prefeitura de Curitiba — dos institutos Radar e IRG.

Para ler a matéria completa acesse o  Blog Politicamente, 

PT assina documento do Foro de São Paulo que reconhece vitória de Maduro

O PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assinou um documento do Foro de São Paulo que reconhece a reeleição do ditador Nicolás Maduro na Venezuela. O texto é de 29 de setembro, quando o grupo se reuniu na Cidade do México. O partido já tinha reconhecido a vitória de Maduro em julho.A declaração final do encontro do Foro só é emitida se houver concordância de todos os participantes. O Foro de São Paulo reúne partidos e organizações de esquerda de 28 países — inclusive da Venezuela. As siglas brasileiras que integram o grupo, além do PT, são o PCdoB, PDT e o PCB.

O trecho do documento, além de reconhecer a vitória de Maduro, pede respeito à soberania do povo venezuelano e chama a oposição ao ditador, representada nas últimas eleições pelo candidato Edmundo González, de “extrema-direita”. “Dada a ação da extrema-direita, torna-se imperativo para nossas forças políticas apelar ao respeito pelas instituições, a democracia da Venezuela e a autodeterminação do povo venezuelano com relação aos resultados eleitorais que levaram à vitória do presidente Maduro”, destaca o texto, em espanhol.A reunião do Foro de São Paulo foi organizada em paralelo à posse da presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, evento ao qual Lula compareceu

Certidão Eleitoral mostra que vice de Cristina Graeml foi filiado ao PCdoB

Em uma eleição na qual a ideologia política é tão exacerbada, uma Certidão de Filiação Partidária da Justiça Eleitoral pode dar trabalho para a candidata a prefeita Cristina Graeml (PMB) explicar ao seu eleitorado de direita sobre o envolvimento do vice, Jairo Aparecido Ferreira Filho (PMB), com partidos de esquerda não muito tempo atrás.

Jairo Filho e Cristina Graeml. Foto: Reprodução/Redes Sociais

O Blog Politicamente teve acesso ao documento que mostra que Jairo já foi filiado ao PCdoB (Partido Comunista do Brasil) que tem ideologia política diametralmente oposta à de Cristina — confira certidão ao final da reportagem.

Jairo foi filiado ao PCdoB entre 6 de abril de 2018 e 15 de outubro de 2019 — a propósito, há exatos cinco anos ele deixava a legenda. Para quem ainda tem a eleição de 2016 fresca na memória vai lembrar que o então candidato Ney Leprevost disputava o 2º turno contra Rafael Greca quando recebeu o apoio do PCdoB e foi alvo de uma ofensiva por conta da “aproximação” dos comunistas — um dos motivos pelos quais pessoas próximas ao atual deputado estadual do União Brasil creditam a derrota no pleito.

A certidão vem à tona no dia seguinte ao debate entre Cristina e seu opositor, Eduardo Pimentel (PMB), que se enfrentaram na TV Band Curitiba pela primeira vez após a definição do segundo turno das eleições municipais. Ambos se posicionaram como candidatos de direita, tentando afastar o rótulo de relação com a esquerda.

Conforme a certidão, Jairo foi filiado ao Partido Comunista do Brasil (PC do B) de 6 de abril de 2018 a 15 de outubro de 2019, antes de se filiar ao Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, de 24 de junho de 2023 a 6 de abril de 2024. Antes do PCdoB, Jairo foi filiado ao PSDB por dois período entre 2003 e 2019. Depois, foi do Partido Novo, entre 2019 e 2023. Até que se filiou ao Partido da Mulher Brasileira (PMB), em 6 de abril deste ano, no qual deu as mãos a Cristina e concorre à vice-prefeitura da capital.

Na eleição presidencial de 2018, o PCdoB integrou a coligação de Fernando Haddad (PT), que disputou o Palácio da Alvorada contra o então presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). A vice da chapa do petista era Manuela D’Ávila, do PCdoB. Trocando em miúdos, significa que, em 2018, o vice de Cristina fez oposição ideológica a Jair Bolsonaro, que nestas eleições recomenda o voto em Cristina Graeml, apesar de ter declarado, no primeiro turno, apoio a Eduardo Pimentel, candidato do governador Ratinho Junior (PSD).